As hepatites virais são um grave problema de saúde pública. Isso porque esse tipo de infecção atinge o fígado, podendo causar alterações leves, moderadas e graves. Na maioria das vezes são silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas significativos. Por isso, o combate às hepatites virais pode ser um desafio.

Nos últimos 21 anos (entre 1999 e 2020), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 689.933 casos de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.579 (24,4%) são referentes a hepatite A, 254.389 (36,9%) a hepatite B, 262.815 (38,1%) a hepatite C e 4.150 (0,6%) a hepatite D. Os dados estão no Boletim Epidemiológico Hepatites Virais 2021.

O sétimo mês do ano é escolhido para falar sobre este tema. A campanha Julho Amarelo tem como objetivo reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Neste período, entidades do setor reforçam a importância de se prevenir.

Os tipos de hepatites virais

Para que o combate às hepatites virais seja possível, é importante compreender bem a doença. A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado. No caso das hepatites virais, como o próprio nome já diz, são causadas por vírus. Além disso, podem ser classificadas como:

  • Hepatite A: A mais comum entre todas. Se apresenta como uma infecção leve que se cura sozinha. Atualmente existe vacina para evitar o contágio. Essa patologia está relacionada às condições de saneamento básico e higiene.
  • Hepatite B: Segunda mais comum. É transmitida no ato sexual ou através de contato sanguíneo. Por isso o uso do preservativo é indispensável, bem como a vacinação para evitar a doença.
  • Hepatite C: Nessa classificação, a hepatite é transmitida principalmente pelo contato com sangue. Trata-se da principal causa de transplantes de fígado. O quadro pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não existe vacina para a hepatite C.
  • Hepatite D: Causada pelo vírus VHD, a hepatite D ocorre em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. Por isso que a vacinação da B também protege contra a hepatite D.
  • Hepatite E: causada pelo vírus VHE, é transmitida por via digestiva (fecal-oral), por isso é comum grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas podem apresentar quadros graves da doença.

Contágio, sintomas e tratamento

A transmissão da hepatite pode acontecer por meio do contato oral-fecal ou com o sangue contaminado. Neste sentido, as formas mais comuns de contágio são:

  1. Compartilhar seringas e agulhas
  2. Não utilizar camisinha
  3. Consumo de alimentos e água contaminados por fezes
  4. Contato com urina ou fezes de uma pessoa contaminada

Os sintomas da hepatite vão variar de acordo com o vírus envolvido. O grande problema relacionado a essa patologia é que no início ela é silenciosa. Dessa forma, o combate às hepatites virais pode ser difícil. Sintomas físicos só são sentidos na fase mais aguda da doença. São eles:

  • Inchaço e dor abdominal
  • Dor de cabeça
  • Mal-estar geral
  • Pele e olhos amarelados
  • Urina escura
  • Fezes claras
  • Náuseas e vômitos
  • Perda de peso

Como prevenir as hepatites virais?

A prevenção é uma das principais formas de combate às hepatites virais. Para evitar o contágio, é importante criar alguns hábitos:

  • Lavar bem as mãos antes de comer e após usar o banheiro
  • Lave bem todos os alimentos antes de consumir
  • Cozinhe bem todos os alimentos que demandarem esse processo
  • Vacine-se
  • Não compartilhe objetos como seringas e agulhas
  • Não compartilhe objetos de uso pessoal
  • Use camisinha

Recomendações para os serviços de saúde

O combate às hepatites virais é um dever de todos. A Secretaria da Saúde do Estado, através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), sugere aos serviços de saúde municipais estratégias de prevenção baseadas na vacinação.

O órgão pede atenção para a vacinação conforme o calendário preconizado pelo Ministério da Saúde, que diz uma dose de Hepatite B ao nascer, e três doses da vacina penta valente aos 2, 4 e 6 meses; aos 15 meses de idade até 4 anos 11 meses e 29 dias, uma dose da vacina contra a Hepatite A.

Isso só reforça a importância de campanhas como o Junho Amarelo e toda a conscientização acerca da prevenção da doença.

Diagnóstico e tratamento

Em alguns casos o tratamento será feito apenas com repouso, hidratação e boa alimentação. Já em quadros mais complexos, pode ser necessária a prescrição de medicamentos.

É indicado que o paciente opte por uma alimentação saudável e de fácil digestão durante esse processo. Existem, inclusive, dietas próprias que ajudam no combate às hepatites virais.

O diagnóstico da hepatite é feito, primeiramente, através de exames sorológicos.  Além dos exames laboratoriais, a Ultrassonografia, a Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética colaboraram significativamente. A avaliação complementar com exames de imagem ajuda a avaliar o grau de comprometimento hepático e a evolução de complicações.

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