Sumário:

Gestão de alta performance: profissionalizando clínicas de saúde para o futuro

No episódio SD336 do podcast Saúde Digital, o Dr. Lorenzo Tomé recebe Rodrigo Freitas, Sócio-Administrador do Instituto de Neurologia Dr. Lélio. A conversa é um mergulho profundo no desafio de profissionalizar a gestão de uma clínica de saúde, saindo de um modelo tradicional para uma operação orientada por processos e dados. Este tema é vital para qualquer centro médico que busque longevidade e excelência, seja ele focado em especialidades clínicas ou em serviços de radiologia e diagnóstico.

Resumo:

A trajetória de Rodrigo Freitas destaca que a transformação em clínicas de saúde começa com um diagnóstico rigoroso do negócio e um planejamento estratégico claro. Em vez de descartar a tradição, o foco foi a manutenção do legado e da carteira de clientes de décadas, simplificando, no entanto, a jornada do paciente para torná-la mais fluida e eficiente. Essa visão de “engenharia de gestão” permite que o administrador tenha controle total sobre a operação, garantindo que o crescimento ocorra de forma estruturada.

Uma perspectiva crucial abordada é a implementação de indicadores (KPIs) por área. Ao definir metas e realizar o acompanhamento sistemático de cada métrica, a clínica passa a ter previsibilidade de receita e uma visão clara da sua saúde financeira. Para estabelecimentos que dependem de alta tecnologia, como os centros de diagnóstico por imagem, essa previsibilidade é o que viabiliza investimentos em equipamentos de tomografia ou ressonância magnética sem comprometer o fluxo de caixa. A gestão baseada em dados retira o “achismo” da tomada de decisão.

Além da eficiência financeira, o episódio reforça a importância da valorização do corpo clínico e da escuta ativa do paciente. Quando a gestão utiliza automações para tarefas repetitivas, sobra mais tempo para a qualidade assistencial e para o relacionamento humano.

Aplicação Prática:

Para transformar a teoria em ação prática na sua operação de saúde, considere os seguintes passos:

  1. Diagnóstico de Processos: Mapeie a jornada do paciente desde o agendamento até a entrega do resultado, identificando onde há fricção ou demora.
  2. Painel de Indicadores: Estabeleça ao menos três métricas fundamentais (ex: taxa de cancelamento, ticket médio e tempo de espera) e acompanhe-as semanalmente.
  3. Automação Inteligente: Implemente ferramentas que automatizem o acompanhamento do plano de cuidados do paciente, garantindo retenção e fidelização.
  4. Escuta Ativa: Crie canais formais para coletar feedbacks tanto de pacientes quanto da sua equipe médica.

O Radar de Referências:

🛠️ Ferramentas/Tech: Automações de fluxo e planos de acompanhamento de pacientes — Essenciais para previsibilidade e redução de gargalos operacionais.

📚 Metodologia: Planejamento Estratégico e Diagnóstico de Negócio — O framework utilizado para profissionalizar o legado familiar.

👥 Cultura: Valorização do Corpo Clínico — Estratégia central para manter a qualidade e a autoridade técnica da clínica.

 

Referências:

Podcast: Saúde Digital (Episódio SD336)

Apresentador: Dr. Lorenzo Tomé

Entrevistado: Rodrigo Freitas (Instituto de Neurologia Dr. Lélio)

Perguntas Frequentes

A gestão orientada por processos e dados permite que clínicas de saúde abandonem decisões baseadas em “achismos” e adotem um controle mais estruturado da operação. Ao realizar um diagnóstico detalhado e implantar indicadores (KPIs) para cada área, é possível prever receitas, investir de forma mais segura em tecnologia e garantir a saúde financeira do negócio. Além disso, a administração baseada em dados promove eficiência operacional, facilita o planejamento estratégico e impulsiona o crescimento sustentável sem abrir mão do legado construído.
Entre as práticas recomendadas estão o mapeamento detalhado da jornada do paciente para identificar pontos de melhoria, a criação de um painel de indicadores com métricas como taxa de cancelamento e tempo de espera, e a automação de tarefas repetitivas para liberar a equipe para atividades de maior valor. A escuta ativa de pacientes e profissionais também é fundamental para alinhar o serviço à real necessidade do público e aprimorar constantemente a experiência oferecida.
A valorização do corpo clínico ajuda a manter o engajamento, a qualidade e a autoridade técnica da equipe, fatores essenciais para o sucesso da clínica. Já a escuta ativa, ao abrir canais formais para feedbacks de pacientes e profissionais, permite identificar demandas e oportunidades de melhoria contínua. Essas práticas tornam a gestão mais humanizada e eficiente, resultando em maior satisfação e retenção dos pacientes.

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