Nos últimos anos, os avanços da medicina têm proporcionado uma gama cada vez maior de opções de diagnóstico por imagem, sendo que duas das técnicas mais utilizadas no cotidiano das clínicas e hospitais são a Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada. Porém, ainda que ambas sejam usadas para detectar problemas de saúde, elas diferem significativamente em suas metodologias, aplicações e informações fornecidas.
Nesse artigo, vamos explorar as diferenças entre ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC) para ajudar a entender quando e porque cada uma é prescrita.
Princípios básicos
A Tomografia Computadorizada é uma tecnologia que funciona como um “conjunto” de raios-X que são emitidos continuamente para produzir imagens transversais dos órgãos e das estruturas internas do corpo.
Embora a radiação em excesso possa gerar riscos à saúde do paciente, trata-se de um exame seguro, acessível e mais rápido do que a RM, sendo utilizada principalmente para:
- Diagnosticar AVC;
- Avaliar traumatismos cranioencefálico, abdominal, torácico e pélvico;
- Investigação de dor abdominal;
- Avaliação oncológica
- Estudo de vasos
- Outros
Já a Ressonância Magnética utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas das estruturas internas do corpo, ou seja, não há emissão de qualquer radiação que possa causar doenças e complicações para o paciente. Esta técnica é particularmente eficaz na visualização de tecidos moles, como músculos, tendões e órgãos internos, porém tem restrições para ser realizada em pacientes que tenham implantes ou dispositivo metálico.
Diferenças na tecnologia
Devido às diferenças na tecnologia da Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, a TC é um exame que captura bem os órgãos sólidos e permite visualizar diferentes densidades entre gordura, líquido, sangue e outras estruturas. Por isso, é mais adequada para identificar fraturas, tumores ósseos e avaliar o fluxo sanguíneo nos pulmões.
Por outro lado, a tecnologia da RM permite visualizar melhor os tecidos e estruturas que a TC não capta tão bem. Dessa forma, a ressonância é ideal para diagnosticar lesões musculoesqueléticas, tumores cerebrais, doenças cardíacas e outras condições que afetam os tecidos moles.
Procedimento e preparação
Nos dois procedimentos, o paciente deve permanecer imóvel durante todo o exame. Na tomografia o exame dura em média 10 minutos e a ressonância em média 20 minutos, mas esse tempo pode variar bastante, dependendo da solicitação médica. Existem exames que podem demorar mais de 1h. Em alguns casos, é necessário injetar contraste no paciente, a depender do objetivo do procedimento.
Um outro fator é que algumas pessoas — principalmente crianças, idosos e claustrofóbicos — podem sentir dificuldade de permanecerem estáticas por tanto tempo e, por isso, precisam de sedação para realizar os procedimentos.
Vale destacar, ainda, que a RM utiliza um forte campo magnético que atrai qualquer objeto metálico ao redor e que não pode ser desligado. Assim, o paciente precisa retirar qualquer objeto metálico do corpo e informar se fizer uso de alguma prótese. Em alguns casos, o exame pode ser substituído pela TC.
Segurança e contraindicações
Assim, fica claro que existem diferenças importantes entre a Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, principalmente quando se fala em segurança ao paciente. Nesse sentido, a RM é mais segura para gestantes e crianças por não utilizar radiação ionizante como a TC, o que aumenta o risco de malformações fetais e pode atrapalhar o desenvolvimento infantil.
Por outro lado, é importante reforçar que pacientes com implantes metálicos têm contraindicação à Ressonância Magnética, sendo a Tomografia Computadorizada o método mais seguro.
Ou seja, são diferenças que destacam a importância de conhecer as tecnologias para escolher a técnica de imagem correta com base nas necessidades de cada paciente. A decisão final de cada exame é de responsabilidade do médico solicitante e sempre dependerá do balanço de risco sobre o paciente.